sábado, 24 de dezembro de 2011

Um 2012 repleto de sonhos...


Sonhe com aquilo que você quiser.
Seja o que você quer ser,

porque você possui apenas uma vida

e nela se tem uma chance

de fazer aquilo que se quer.



Tenha felicidade bastante para fazê-la doce.

Dificuldades para fazê-la forte.

Tristeza para fazê-la humana.
E esperança suficiente para fazê-la feliz.



As pessoas mais felizes não têm as melhores coisas.
Elas sabem fazer o melhor 
das oportunidades 
que aparecem em seus caminhos.
A felicidade aparece para aqueles que choram.

Para aqueles que se machucam.

Para aqueles que buscam e tentam sempre.

E para aqueles que reconhecem
a importância
das pessoas que passam por suas vidas.



O futuro mais brilhante
é baseado num passado intensamente vivido.

Você terá sucesso na vida
quando perdoar os erros e as decepções do passado.



A vida é curta, mas as emoções que podemos deixar
duram uma eternidade.

A vida não é de se brincar
porque um belo dia se morre.

Clarice Lispector

terça-feira, 8 de novembro de 2011

A insaciabilidade da alma pelo desejo e o sentimento de angústia (Por Taynã Bonifácio)



O desejo é o que nos move, o desejo é que nos faz agir (muitas vezes sem pensar), o desejo é o que dá movimento a vida. Quantas vezes não ouvimos afirmações como essas? E elas realmente carregam parte da verdade, mas devemos ter cuidado.

Sócrates dizia que para viver uma boa vida era preciso abrir mão da busca de satisfação dos apetites. Para ele, a satisfação dos desejos é entendida como escravidão. O budismo também traz esse conceito na sua filosofia.

O desejo surge sempre do sentimento de falta, pelo que não temos, pelo que não somos. Então, devemos ter cuidado na forma como lidar com nossos desejos. O problema é quando o desejo vira obsessão. Hoje, somos bombardeados por mensagens que nos fazem sempre encontrar um novo desejo, sempre precisamos de algo a mais (carro mais potente, um novo cargo, uma casa maior, etc...), nunca estamos satisfeitos.

Uma outra característica valorizada na sociedade atual é o conceito de meta. Ele é ainda mais forte no ambiente corporativo. Precisamos ter uma meta, ou melhor, várias metas, uma de curto prazo, outra de médio e outra de longo. Até aí tudo bem...As metas ajudam-nos a traçar um horizonte e busca-lo. Novamente, o problema é quando a meta se torna obsessão. Ou seja, a pessoa fica tão engajada naquela meta que só enxerga aquilo e faz tudo em torno disso. Sua visão fica totalmente comprometida com essa meta, enxerga apenas “um palmo” a frente.  Assim, ela não vive o presente, está sempre a espera de um acontecimento futuro, de uma vida projetada no futuro. Acha que será feliz, que será realizada no futuro. Fica focada na falta e não no que já conseguiu. Nesse contexto, ao invés de desenvolver a gratidão, vive com um sentimento de angústia.

E no pior dos casos, as pessoas deixam que suas vidas sejam governadas apenas por metas. Colocam uma meta, buscam-a e ao encontra-la não vivenciam aquilo, já colocam em mente uma nova meta. Parece que há um medo em não ter meta, em não ter claro o próximo passo. Novamente, acho válido e importante termos metas, mas precisamos ter controle sobre elas e não deixar que elas nos controlem.

Nesse contexto, acredito em algo valorizado por muitos filósofos e pela própria regra de São Bento: a moderação. Johann Goethe dizia que é da moderação que nasce a maior das virtudes. Existe a famosa doutrina aristotélica do meio-termo, que nos aconselha a calibrar nosso comportamento entre os extremos. Epicuro também falava da felicidade gerada pela imperturbabilidade da alma (ataraxia). É a felicidade da justa-medida e não dos excessos.  Sabemos que não há receita para a felicidade e que cada um deve encontrar o seu caminho, mas podemos dizer que a moderação é uma ferramenta útil nesse sentido.

A onda de movimentos sabáticos é algo evidente em uma sociedade de excessos.  Sabático (hebraico shabbath) é um período para parar e refletir, pensar, descansar, curtir, olhar as coisas sob outra perspectiva e dimensão.  Avaliar o que sou e o que eu posso ser, criar uma nova condição para o equilíbrio mental, físico e espiritual.  Revisão da alma, oxigenação. Coragem para perceber o novo. Então, o que acontece é que muitos executivos passam grande parte do tempo em suas rotinas exaustivas, com reuniões, viagens, metas, feedback, dentre outras atividades, e quando a alma já está sufocada, não tem espaço para respirar, eles resolvem fazer um sabático. E assim, vivem na realidade dos extremos. Seria muito mais saudável viver com a moderação e equilibrar cada dia de sua vida com momentos de atividades intensas e pausas de contemplação.

Nossa alma, não é apenas um recipiente de metas e desejos. Se usarmos ela apenas para isso, viveremos na superficialidade. Nossa alma é a essência do nosso ser e se chegarmos ao centro dela encontraremos uma nova fonte, a verdadeira fonte da vida. Nesse caminho, a meditação pode nos ajudar a chegar nesse centro. Mas, não só ela, cada um deve encontrar o seu caminho.




segunda-feira, 31 de outubro de 2011

A emoção da primeira vez (Por Yehuda Berg)

“Será que causei algum impacto hoje?”


Zohar ensina que você tem que estar em posição de agir e de compartilhar o tempo todo. É importante perguntar a si mesmo: “Estou causando algum impacto no mundo com tudo o que faço? Estou fazendo a diferença?” As únicas coisas que nos impedem de ter esses pensamentos são: 1) achar que temos “o direito de” e 2) apegos. Achar que temos “o direito” é o que nos faz pensar que estamos muito cansados para compartilhar; e os apegos nos dizem que outros podem fazer aquilo – nós não somos os únicos a ter que carregar o mundo.


O que é se achar “no direito de”? É uma consciência de “Eu mereço”. É um sentimento de que temos direito a recompensas, privilégios especiais ou reconhecimento, com base no mérito pessoal, na realização, ou simplesmente por sermos quem somos. É ter um sentimento de superioridade, como, por exemplo, ao dizer “Tenho tanta experiência, você deveria me escutar”.


Achar-se “no direito de” é toda situação em que bloqueamos as possibilidades de algo acontecer, porque achamos que sabemos ou enxergamos as coisas da forma correta.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

As cores das flores


Uma criança cega precisa escrever uma redação sobre as cores das flores. O vídeo mostra o desafio do menino para conseguir cumprir a tarefa. A tradução para o português foi feita para o blog "Assim como Você", de Jairo Marques.

Entrevista exclusiva: Zygmunt Bauman

Bauman nos motivou a encarar um grande desafio contemporâneo: entender as mudanças que o advento da modernidade líquida produz na condição humana.  Aprendemos com Bauman a tratar com rigor conceitual - reconhecendo a fluidez entre os laços, entre os conceitos e os saberes - temas que ainda não haviam conquistado um estatuto acadêmico claro, como o amor, o medo e a felicidade.


segunda-feira, 25 de julho de 2011

Sentindo a dor dos outros de verdade (Yehuda Berg)


Um dos mais importantes de todos os ensinamentos espirituais é a necessidade de sentir a dor dos outros como se fosse nossa de verdade.  Isso pode soar simples e familiar, mas não é nem um, nem outro.  É primordial para nós compreender como estamos distantes desse nível espiritual, para que saibamos quanto mais precisamos nos desenvolver.

Todos nós possuímos um sentimento inato natural de compaixão quando escutamos falar dos problemas dos outros.  Mas existe uma grande distância entre esse sentimento de compaixão e realmente sentir a dor de outra pessoa como se fosse nossa.

Mesmo quando se trata de pequenas doenças como uma gripe, um resfriado ou uma dor de estômago – que todos nós já sentimos – não é fácil para nós despertar sentimento pela dor e o desconforto dos outros como se fossem nossos.  E isso é muito mais verdadeiro quando alguém está passando por um desafio ainda maior, um desafio que nunca tenhamos enfrentado.

Vocês devem estar se perguntando por que precisamos desenvolver esse sentimento cada vez mais forte pela dor dos outros.

Um dos motivos é ‘alimentar a máquina’ que conduz nosso crescimento espiritual e nosso desejo de ajudar o mundo.  Se nosso desejo pelo crescimento espiritual for limitado pela nossa própria necessidade de plenitude, então quando nos sentirmos felizes ou em uma posição espiritual relativamente boa, nossa motivação para o trabalho espiritual e para ajudar os outros diminuirá.  Mas se continuarmos a aumentar o nosso desejo de sentir a dor do outro como nossa própria dor, podemos ter uma fonte inesgotável de determinação para aumentar sempre o nosso trabalho espiritual.

É claro que podemos estar confortáveis neste momento, mas e os milhões de pessoas que estão sofrendo ao nosso redor? Ligue sua televisão, leia as estatísticas sobre doenças, as taxas de suicídio, os números crescentes de desemprego.  Nosso trabalho pode e deve ajudar incontáveis pessoas, e precisamos apreciar esse nosso poder, não importa onde estejamos na cadeia da vida.  Quando nos transformamos, influenciamos o quantum de transformação.

Outro motivo para desenvolver nossa capacidade de sentir a dor do outro é puramente auto motivacional. Sentir a dor dos outros é a natureza do Criador.  E existe uma lei espiritual que diz que quando agimos como o Criador, experimentamos a Luz do Criador.  Em outras palavras, recebemos mais da abundância e prosperidade que buscamos todos os dias em nossa vida.

Não posso reenfatizar o suficiente a importância desse ensinamento, e muitas pessoas podem achar que conhecem essa verdade espiritual. Mas todos nós temos que nos perguntar: “Será que eu realmente sinto a dor da outra pessoa?” Adquira o hábito de fazer esta pergunta cada vez que uma situação o confrontar – com seus amigos, familiares e com as pessoas com quem você interage no dia a dia.

Esta semana, encontre alguém cuja dor, cujo peso você possa assumir. Imagine o nosso mundo com um pouco menos de dor e multiplique isso por seis bilhões.  Você pode aliviar esta carga.

Tudo de bom,

Yehuda Berg

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Faça Brilhar (Por Yehuda Berg)

Sexta | 22 de Julho  

A grande maioria dos casamentos, relacionamentos e parcerias se baseia em necessidade, não em amor, e isso explica por que são tão caóticos.
A chave para uma conexão plena e apaixonada é compartilhar incondicionalmente, resistir a todas as formas de receber.
Isso é realista? Hoje talvez não seja.
Mas sempre que resistimos à nossa vontade de receber e em vez disso compartilhamos, nosso ato de resistência faz a luz brilhar no relacionamento, tornando isso mais fácil na próxima vez.

terça-feira, 12 de julho de 2011

Problemas insolúveis (Por Thomas Merton)

"Nossas vidas, sem dúvida, são cheias de problemas reais, alguns dos quais talvez insolúveis. Seria impertinente sugerir que todos os nossos problemas são fabricados. Contudo, somos tão obcecados pela ideia de que temos de possuir 'respostas' e 'soluções' para tudo que evitamos os problemas difíceis, tão reais, criando outros menos reais para os quais acreditamos ter a resposta."

Contemplation in a World of Action, de Thomas Merton
(Notre Dame Press, Notre Dame, In), 1998. p. 48
No Brasil: 
Contemplação num mundo de ação, (Editora Vozes, Petrópolis), 1975
 
 Reflexão da semana de 11-07-2011
 
Um pensamento para reflexão"Há problemas na vida que não são para ser resolvidos, a não ser vivendo-os com toda sinceridade, humildade e coragem que a graça e a natureza possam nos dar."
Contemplação num mundo de açãoThomas Merton

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Meu filho, você não merece nada. (Por Eliane Brum, Época)

11/07/2011 - 09:41 - ATUALIZADO EM 11/07/2011 - 09:41

A crença de que a felicidade é um direito tem tornado despreparada a geração mais preparada.
Ao conviver com os bem mais jovens, com aqueles que se tornaram adultos há pouco e com aqueles que estão tateando para virar gente grande, percebo que estamos diante da geração mais preparada – e, ao mesmo tempo, da mais despreparada. Preparada do ponto de vista das habilidades, despreparada porque não sabe lidar com frustrações. Preparada porque é capaz de usar as ferramentas da tecnologia, despreparada porque despreza o esforço. Preparada porque conhece o mundo em viagens protegidas, despreparada porque desconhece a fragilidade da matéria da vida. E por tudo isso sofre, sofre muito, porque foi ensinada a acreditar que nasceu com o patrimônio da felicidade. E não foi ensinada a criar a partir da dor.

Há uma geração de classe média que estudou em bons colégios, é fluente em outras línguas, viajou para o exterior e teve acesso à cultura e à tecnologia. Uma geração que teve muito mais do que seus pais. Ao mesmo tempo, cresceu com a ilusão de que a vida é fácil. Ou que já nascem prontos – bastaria apenas que o mundo reconhecesse a sua genialidade.

Tenho me deparado com jovens que esperam ter no mercado de trabalho uma continuação de suas casas – onde o chefe seria um pai ou uma mãe complacente, que tudo concede. Foram ensinados a pensar que merecem, seja lá o que for que queiram. E quando isso não acontece – porque obviamente não acontece – sentem-se traídos, revoltam-se com a “injustiça” e boa parte se emburra e desiste.

Credo do Mahatma Gandhi

Creio em mim mesmo. 
Creio nos que trabalham comigo, 
creio nos meus amigos e creio na minha família. 
Creio que Deus me emprestará 
tudo que necessito para triunfar, 
contanto que eu me esforce para alcançar 
com meios lícitos e honestos. 
Creio nas orações e nunca fecharei 
meus olhos para dormir, 
sem pedir antes a devida orientação 
a fim de ser paciente com os outros 
e tolerante com os que 
não acreditam no que eu acredito. 
Creio que o triunfo é resultado de esforço inteligente, 
que não depende da sorte, da magia, 
de amigos, companheiros duvidosos ou de meu chefe. 
Creio que tirarei da vida exatamente o que nela colocar. 
Serei cauteloso quando tratar os outros, 
como quero que eles sejam comigo. 
Não caluniarei aqueles que não gosto. 
Não diminuirei meu trabalho por ver 
que os outros o fazem. 
Prestarei o melhor serviço de que sou capaz, 
porque jurei a mim mesmo triunfar na vida, 
e sei que o triunfo é sempre resultado 
do esforço consciente e eficaz. 
Finalmente, perdoarei os que me ofendem, 
porque compreendo que às vezes 
ofendo os outros e necessito de perdão. 

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Pai, começa o começo. (Autor Desconhecido)


Quando eu era criança e pegava uma tangerina para descascar, corria para meu pai e pedia: - “pai, começa o começo!”. O que eu queria era que ele fizesse o primeiro rasgo na casca, o mais difícil e resistente para as minhas pequenas mãos. Depois, sorridente, ele sempre acabava descascando toda a fruta para mim. Mas, outras vezes, eu mesmo tirava o restante da casca a partir daquele primeiro rasgo providencial que ele havia feito.
Meu pai faleceu há muito tempo (e há anos, muitos, aliás) não sou mais criança. Mesmo assim, sinto grande desejo de tê-lo ainda ao meu lado para, pelo menos, “começar o começo” de tantas cascas duras que encontro pelo caminho. Hoje, minhas “tangerinas” são outras. Preciso “descascar” as dificuldades do trabalho, os obstáculos dos relacionamentos com amigos, os problemas no núcleo familiar, o esforço diário que é a construção do casamento, os retoques e pinceladas de sabedoria na imensa arte de viabilizar filhos realizados e felizes, ou então, o enfrentamento sempre tão difícil de doenças, perdas, traumas, separações, mortes, dificuldades financeiras e, até mesmo, as dúvidas e conflitos que nos afligem diante de decisões e desafios.
Em certas ocasiões, minhas tangerinas transformam-se em enormes abacaxis......
Lembro-me, então, que a segurança de ser atendido pelo papai quando lhe pedia para “começar o começo” era o que me dava a certeza que conseguiria chegar até ao último pedacinho da casca e saborear a fruta. O carinho e a atenção que eu recebia do meu pai me levaram a pedir ajuda a Deus, meu Pai do Céu, que nunca morre e sempre está ao meu lado. Meu pai terreno me ensinou que Deus, o Pai do Céu, é eterno e que Seu amor é a garantia das nossas vitórias.
Quando a vida parecer muito grossa e difícil, como a casca de uma tangerina para as mãos frágeis de uma criança, lembre-se de pedir a Deus:
“Pai, começa o começo!”. Ele não só “começará o começo”, mas resolverá toda a situação para você.
Não sei que tipo de dificuldade eu e você estamos enfrentando ou encontraremos pela frente neste ano. Sei apenas que vou me garantir no amor eterno de Deus para pedir, sempre que for preciso: “Pai, começa o começo!”.
(Autor Desconhecido)

O lugar exato (Thomas Merton)

"O que todas as almas verdadeiramente contemplativas têm em comum não é o fato de reunirem-se exclusivamente no deserto, nem o de permanecerem em reclusão, mas sim o de estarem lá onde Ele está. E como O encontram? Com técnica? Não existe técnica para encontrá-Lo. Elas O encontram por Sua vontade. E Sua vontade, concedendo-lhes a graça interior e organizando o exterior de suas vidas, leva-as, de modo infalível, ao lugar exato onde O podem encontrar. Mesmo assim, não sabem como lá chegaram ou o que estão realmente fazendo."

Thoughts in Solitudede Thomas Merton
(Farrar, Straus and Giroux Publishers, New York), 1958. p. 95
No Brasil: 
 Na liberdade da solidão, (Editora Vozes, Petrópolis), 2001. p. 75 
 Reflexão da semana de 04-07-2011