sexta-feira, 1 de abril de 2011

Quinta-feira - terceira semana da Quaresma (Por Laurence Freeman)

Desde que a humanidade desenvolveu a tecnologia temos visto frequentemente um tipo de competição com a natureza. Podemos melhorá-la, controlá-la, evitar os perigos que ela apresenta. Negar que temos essa capacidade e desejo seria romântico. Ser consciente de uma forma humana - diferentemente dos animais ou plantas - significa que estamos fora da ordem natural. Ou, talvez, podemos dizer que estamos na ordem natural de uma forma que exige uma resposta consciente. Portanto, ter o poder que a consciência traz também nos chama a ser moralmente responsáveis por nossas ações.
 
Enquanto o mundo treme diante de tantos ‘pontos de virada’, ecologicamente, não menos que politicamente, a forma como nos tornamos conscientes é cada vez mais relevante para as soluções que buscamos. A verdade e não apenas a resolução de problemas é necessária tanto globalmente, como para nossas vidas pessoais.
 
É estranho pensar que a meditação e as nossas práticas quaresmais - concebidas para nos manter ampliando nosso estado de consciência, com clareza e, portanto, responsabilidade – tenham um efeito sobre este caminho. Afetam não só o modo como hoje lidamos com pessoas difíceis no trabalho ou como oferecemos um momento de atenção compassiva a alguém que de nenhum modo tenhamos interesse; mas também - da mesma forma que uma flor quebrando a superfície do solo envia uma onda através galáxias distantes - no aquecimento global e na luta por direitos humanos no Oriente Médio. Ser consciente significa saber que estamos separados do nada e conectados a tudo.
 
Laurence Freeman, OSB
Traduzido por: Leonardo Winck Corrêa

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