segunda-feira, 11 de abril de 2011

Reflexão sobre Acontecimento no Rio | Por Laurence Freeman

Sábado - Quarta Semana da Quaresma
Em um dia ensolarado, um jovem caminha em sua antiga escola com uma arma na mão e mata crianças. Tristeza indescritível e trevas invadem a alma dos pais frenéticos esperando lá fora. Perda irreparável chega instantaneamente - tão cruel como a força impessoal de um desastre natural - marcando algumas vidas para o resto de suas existências.

Queremos explicar o lado terrível da natureza humana, mas não podemos. Temos que aceitar a inexplicabilidade do mal ao lado do mistério do amor. Fazendo uma reflexão, podemos vislumbrar que o pior que há nos seres humanos pode surgir dos vazios escuros, onde o amor não pode tocá-los. Se existe alguma coisa que ousamos chamar de "significado" nisso, deve ser o de que somos enviados de volta à vida mais convencidos de que devemos amar uns aos outros como Ele nos amou. Que somente o poder do amor importa.

Temos que estar preparados para a morte seja do modo que ela vier. O nosso caminho espiritual é oco se não sentirmos que é uma preparação para a morte. Os mais bem preparados são os capazes de amar mais livremente aqueles indignos de amor, uma vez que os cantos escuros de nossos corações tenham sido exorcizados.

Não podemos explicar as tragédias que surgem de algum indivíduo, psiquê devastada, mas podemos mergulhar completamente na compaixão que eles geram. Amor, então, pode ser visto como o tsunami que engole todas as forças destrutivas e auto-destrutivas e cura o que parece não-curável. Além das palavras, abracemos nesse amor os corações partidos no Rio hoje.

Laurence Freeman, OSB 

Traduzido por Leonardo Winck Corrêa

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