segunda-feira, 4 de abril de 2011

Trabalho e Reconhecimento / Sábado 3 ª Semana da Quaresma (Por Laurence Freeman)

Dificilmente você faz alguma coisa, que lhe exponha à atenção dos outros, sem se preocupar com a impressão que está causando. Se essa preocupação se torna demasiado forte ofusca a maneira como você trabalha e por fim, tudo o que voce faz pode ser apenas para causar efeito - para ganhar a atenção que o seu ego anseia. Um abismo de falsidade começa a ser aberto entre o que está fazendo e o porquê está fazendo. 

A alegria do trabalho diminui à medida que aumenta o seu apego ao resultado. 

Porque vivemos em instituições tão movidas pelo impulso competitivo, essa atitude em relação ao trabalho pode se tornar um hábito que infecta todos os tipos de atividade. Mesmo nas coisas que fazemos sozinhos, em que ninguém está interessado ou tem conhecimento, pode parecer que estamos sendo monitorados por uma câmera mental, que envia informaçoes constantes sobre como estamos em comparação com um rival imaginário.
Em casos extremos, isso leva ao colapso mental porque se torna muito difícil distinguir o real do ilusório. Na maioria casos, leva a um estado constante de auto-insatisfação e ansiedade. Em linguagem bíblica  isso significa  sentimento de "injustiça", como se fôssemos (ou pudéssemos ser) separados da bondade divina, e ocupassemos um espaço isolado em um universo hostil.

Reverter isto requer um novo tipo de trabalho, realizado em um nível profundo de solidão onde reconhecemos e aceitamos a nossa singularidade total. Neste deserto de interioridade despertamos para a nossa inter-relação. A solitude floresce. A ferida na consciência começa a cicatrizar. Nenhuma parte de nós pode então ser isolada do amor. 

O trabalho envolvido na restauração de um equilíbrio saudável na mente e no coração é o trabalho que fazemos na meditação. Finalmente, quando descobrimos que realmente começamos a jornada, a paz de simplesmente estarmos no caminho surge. Esperemos que a Quaresma tenha até agora nos ajudado a começar a sentir isso, dia após dia. 

Os períodos de meditação são deliciosamente livres de toda  competição. Não há 
plateia para nos aplaudir ou vaiar. Mas não estamos sozinhos.
Laurence Freeman, OSB

Traduzido por: Leonardo Winck Correa

Um comentário:

  1. Bem bacana seu blog....passei aqui só para conhecer e apresentar o meu.


    Quando puder passar no meu blog, vai ser prazer ter sua companhia.

    bjs

    www.tatidesignercake.blogspot.com

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